Lance Armstrong (
Plano,
18 de setembro de
1971) é um
ciclista americano, conhecido por ter vencido o
Tour de France sete vezes consecutivas (
1999-
2005), logo após ter-se restabelecido de um
câncer. Lance é também fundador da
Lance Armstrong Foundation, organização que auxilia vítimas de câncer.
Biografia
Lance nasceu em Plano,
Texas, e começou a desenvolver o seu corpo desde muito novo. Sua mãe, Linda Mooneyham, teve até dois e três empregos para sustentar Lance, após o pai os ter abandonado. O seu apoio foi o motivo principal para que Lance se investisse no mundo do desporto.
Primeiro Lance praticou
natação, o que o ajudou a moldar o seu carácter de lutador. Levantava-se às 4h45 todos os dias para ir treinar na piscina. Mais tarde, quando completou treze anos, descobriu o
triatlo e venceu o concurso "Iron kids Triathlon". Este foi o início de uma vida cheia de vitórias, mas também de grandes feridas.
Chris Carmichael descobriu que com a sua ajuda e o talento de Lance para o ciclismo, ele facilmente se tornaria profissional, já que amealhava taças ganhas. A sua vida deu uma volta de 180º quando, aos 21 anos, sendo um dos mais novos a competir, venceu o Campeonato do Mundo de
Ciclismo em estrada.
Armstrong iniciou a sua carreira como profissional pela Motorola em 1992, na clássica San Sebastián, quando terminou em último lugar, prova que venceu em 1995.
A vitória no Campeonato do Mundo de
Oslo mostrou um ciclista completo e disposto a tudo.
Um ano depois, em
Verdun, venceu a sua primeira etapa do
Tour de France. Em 1995 repetiu o triunfo da etapa, em
França, e conseguiu a sua primeira vitória numa grande etapa no Tour, triunfo a que somou a Flecha Valona de 1996.
Durante algumas semanas, Lance tinha vindo a observar uma grande inflamação na virilha, e habituado a ignorar a dor não lhe deu importância, até que começou a vomitar
sangue, a ter perdas de visão e
enxaquecas.
O diagnóstico estava feito: um
câncer (cancro) no testículo. Além disso os médicos descobriram-lhe, também, dois tumores, do tamanho de bolas de golfe, num
pulmão e no
cérebro.
Mas para uma pessoa que tinha passado toda a vida em cima de uma
bicicleta, render-se à doença não era a opção a tomar. Numa entrevista Lance referiu: "Enganaste-te na pessoa ao escolheres um corpo para viver, cometeste um erro porque escolheste o meu". Lance estava disposto a lutar contra o seu câncer.
Armstrong em palestra com cancerologistas.
A equipa francesa Cofidis rescindiu o contrato com Lance, tendo este que vender o seu
Porsche e teve quase de fazer o mesmo com a sua casa. Estava a passar por maus momentos, mas teve forças para seguir em frente.
Aos 25 anos, numa conferência de imprensa, Lance declarou que sofria da grave doença. Um ano mais tarde, embora os médicos lhe dissessem que a probabilidade de viver fosse apenas de 40%, Lance não desistiu, e anunciou que iria regressar.
A Janeiro de 1997, um mês depois de ter acabado a
quimioterapia, Lance conheceu Kristin Richard, que foi sua esposa durante cinco anos. Com ela teve três filhos, o mais velho Luke, e os gémeos Grace ("Gee") e Isabelle ("Izzi"), sendo que os gémeos foram fecundados através de sémen congelado de Lance. Após o
divórcio, o ciclista iniciou uma relação com a cantora
Sheryl Crow.
Lance fundou a "Fundação Lance Amstrong" para a luta contra o câncer, e relatou, em vários livros, a sua própria história, para demonstrar que se pode superar tudo desde que se tenha energia para tal. O seu primeiro livro "It’s not about the bike", vendeu milhares de exemplares, êxito que foi repetido com a sua biografia "Vontade de Vencer – A Minha Corrida contra o câncer.
Em 1998 a equipa U. S. Postal Service fechou um contrato com Lance, que voltava assim a pedalar. A sua primeira corrida foi a Rota do Sol, em
Espanha, ficando Lance em 14º lugar.
Duas semanas depois participou na etapa
Paris -
Nice. Sem grandes resultados. A temporada não foi de todo suficiente, chegando Lance a pensar numa possível renúncia.
Em vez de fazer isso decidiu concorrer numa das provas mais importantes de todo o mundo. Em 1999 venceu o
Tour de France, sagrando-se campeão na classificação geral individual. A este triunfo somaram-se mais seis vitórias no Tour, recorde absoluto. Após sua última vitória, em
2005, Lance anunciou a sua retirada.
No dia
5 de Novembro de
2006, Lance Armstrong participou da
Maratona de
Nova York, completando o percurso em 2h59min36s, tempo que ficou dentro da meta de 3 horas que ele mesmo havia estabelecido. Na preparação, contou com a ajuda de sua ex-esposa Kristin Richards e seu eterno treinador, Chris Carmichael. Para justificar a inesperada participação na prova, que serviu também para levantar fundos à sua instituição contra o câncer, Lance disse: "Serei sempre um corredor".
Armstrong anunciou em
18 de abril de
2005, em
Augusta, nos
EUA, que encerraria sua carreira logo após o
Tour de France 2005, o que realmente fez. Em abril de
2006, anunciou que correria a
Maratona de Nova Iorque[1], em 5 de novembro do mesmo ano, negando que o faria seriamente ou que pretendia atuar profissionalmente em
maratona ou
triatlo.
Para a surpresa geral, no final de 2008, aos 37 anos, decidiu voltar ao ciclismo, correndo pela
Astana. Em 2009, Armstrong disputou pela primeira vez o
Giro d'Italia, naquela que foi a 100ª edição da volta italiana, além de marcar presença novamente no Tour de France.
[2]
Em 23 de Janeiro de 2011, aos 39 anos, anunciou que terminou a sua carreira a nível internacional, na última etapa do Tour Down Under da
Austrália[2].
Uma reportagem publicada pelo jornal francês
l'Équipe no dia
23 de agosto de
2005 afirmava que Lance Armstrong teria utilizado
EPO (Erythropoietina) no primeiro
Tour de France que venceu, em 1999. A análise, feita pelo Laboratório Nacional de Detecção de Dopagem (LNDD) de Chatenay-Malabryy (
França), tomou por base amostras de
urina congelada, colhidas do corredor um pouco antes do início e durante a competição. À época, não havia tecnologia disponível para esse tipo de análise.
[3]
A acusação de doping gerou controvérsias entre os ciclistas. Alguns argumentavam que EPO não seria considerado doping à época, outros afirmavam ser um complô para desmoralizar Lance, mas o principal motivo para duvidar das acusações era passional: Lance Armstrong é muito admirado em todo o mundo, por ciclistas ou não, pelo facto de ter conseguido conquistar por sete vezes consecutivas o Tour de France após ter-se recuperado do câncer, além de sua luta em apoio às vítimas da doença. Para essas pessoas, não importava se uma das vitórias foi por meio de doping e, mesmo sendo, seis vitórias já seriam um feito e tanto.
Nove meses depois, no final de maio de 2006, Lance foi considerado inocente das acusações de doping pela empresa independente Scholten, que a UCI encarregou de estudar as alegações do
L´Equipe. A advogada
neerlandesa Emile Vrijman, que chefiou por dez anos a WADA (Agência Mundial Anti-Doping) e depois passou a defender atletas de acusações de doping, trabalhou no relatório junto ao cientista Adriaan van der Veen, também neerlandês. Segundo Vrijman, os procedimentos de teste foram insuficientes para considerar a amostra de Armstrong positiva e houve má conduta da WADA e do LNDD.
[4]
Entretanto, a polémica continua: a UCI criticou Vrijman por divulgar as informações sem ter consultado todos os envolvidos; Armstrong acusa a WADA de agir contra a lei
[5]; a WADA afirma que as acusações de Vrijman são irresponsáveis e pretende processá-la; o jornal L'Équipe afirmou que sua reportagem mantém-se correcta, apesar do relatório.
[6]
Em 2011, novas acusações de doping são feitas à Armstrong, desta vez vindas de dois de seus mais íntimos colegas, que fizeram parte da equipe de Armstrong nos muitos anos que competiram juntos na equipe USA, sendo um deles o veterano Tyler Hamilton, melhor amigo de equipe de Armstrong. Inclusive, alguns anos atrás diziam que se Tyler um dia resolvesse contar o que sabe, então toda a verdade sobre os dopings de Armstrong seriam revelados; e foi exatamente o que aconteceu; depois de anos, negando, agora Tyler resolveu contar tudo o que sabe. Essas investigações estão sendo conduzidas pelo FBI e vários outros dos ex-colegas de equipe, que nunca antes quiseram se pronunciar, agora falam abertamente ao FBI e à mídia os detalhes dos dopings em quase todos títulos ganhados por Armstrong.